domingo, 28 de dezembro de 2008

Não se deixar representar... viver a autonomia

Este estudo sobre a ação direta nasceu da necessidade premente que vejo de se ampliar a rede conceitual em que se circunscreve o campo político atual. O liberalismo democrático, tido como um bem absoluto a ponto de justificar a intervenção estrangeira a países "não democráticos", com cultura e tradição política diversas, executando uma democratização a força, que é um nítido contra-senso, ganhou ares de um novo processo civilizatório.


Não se trata de justificar terrorismos ou violências gratuitas, mas de ampliar a análise, propiciar um debate que compreenda as revoltas, as revoluções no seu próprio campo conceitual e não no do modelo liberal do contrato, da representação. Pois as próprias "decisões democráticas" do liberalismo escapam à lógica da diplomacia, terminando, quase sempre, numa violência estatal, numa guerra.


Nesse sentido, a estratégia e o modo de vida libertário, compreendidos pela política da ação direta anarquista, que é uma entre outras, inevitavelmente nos colocará problemas insolúveis dentro dos paradigmas do liberalismo e da democracia representativa, haja vista, a necessidade de se incluir a violência no âmbito das decisões, assim como, a do autogoverno e da organização política sem autoridade no campo político.